Comércio

Economista-chefe da Fiergs faz análise do atual cenário

29 de julho de 2016

A polêmica situação econômica que pauta o cotidiano de gaúchos e brasileiros foi o tema central da reunião-almoço da Cacis, realizada na última sexta-feira, dia 26. O tradicional evento contou, em sua última edição, com a palestra do economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), André Nunes de Nunes. Os presentes ao Estrela Palace Hotel tiveram como pauta a análise do profissional intitulada “Cenários e Perspectivas para a Economia do Brasil e Rio Grande do Sul.”

Entre os temas abordados por Nunes estiveram a atual instabilidade do cenário mundial; a “bolha” do setor público brasileiro e a origem da crise atual; a grande recessão e os reflexos no mercado de trabalho, como também a crise gaúcha e industrial e seus respectivos impactos setoriais. Nunes, de reconhecida experiência e premiada trajetória, vencedor por exemplo do prêmio 2015 de economia do Ministério da Fazenda, destacou que apesar das circunstâncias atuais, o cenário internacional é incrivelmente favorável à economia brasileira. “Questões como a polêmica eleição norte-americana e outros motivos deixam o cenário externo bastante favorável aos países emergentes. Por exemplo, estamos enfrentando um novo processo de impeachment e este ocorre, de certa forma, com tranquilidade. O pior já passou, a maioria sobreviveu apesar de quedas e os menores terão motivos para voltar a crescerem. Reflexo da maior confiança do mercado em geral, inclusive internacional, no cenário local. É preciso, contudo, saber aproveitar estas chances”, avalia ele. “Estamos por nos recuperar de uma das maiores recessões da nova história, muito pelo resultado do atendimento das demandas locais.” Mas reitera. “Recuperação é diferente de expansão. São situações distintas, apesar de paralelas.”

Medidas necessárias

Contudo, de acordo com Nunes, para que este caminho se perpetue, vire uma expansão e não dependa da situação externa, é preciso que se tomem medidas, e ainda assim os reflexos positivos virão a médios e longos prazos, mesmo que a perspectiva para 2017 já seja melhor do que o corrente ano, pois o número de incertezas deve diminuir. “É preciso limitar a expansão das despesas nacionais e a partir do crescimento estabilizar a dívida bruta. Sem crescimento, mesmo que este seja processo mais longo do que outros que já vivemos, não temos como conseguir chegar a um lugar tranquilo. Não há uma fórmula mágica para isso ainda”, ressalta. “Para que se dê mais corpo à nova expansão é preciso estimular o consumo interno e de produtos internos, num fortalecimento da industrial local”, destaca Nunes. “É necessário, para tanto, alterar a estrutura institucional do Estado e do Brasil. Entre a série de medidas está limitar o crescimento das despesas e aprovar a reforma previdenciária, por mais polêmico que isso seja”, finalizou Nunes.

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