Comércio

Diferenças culturais entre Coreia do Sul e Brasil são analisadas durante evento

8 de novembro de 2014

Fazer negócios do outro lado do mundo pode requerer além de muita habilidade técnica específicas de determinado setor, um profundo conhecimento sobre os costumes e tradições de um povo. Isso foi o que garantiu o presidente da Hyundai no Brasil, Victor Park, durante a última reunião-almoço promovida pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviço de Estrela (Cacis). Park falou sobre as diferenças que permeiam as duas culturas, apontando pontos positivos e negativos em ambas.

Nascido na Coreia, mas criado no Brasil desde pequeno, Park sempre viu muita dissonância entre a forma que seus ancestrais lidam com as circunstâncias mais diversas e a forma brasileira de encarar as situações. Segundo ele, os brasileiros são muito mais descontraídos, o que muitas vezes pode aparentar uma certa irresponsabilidade. Porém, ele discorda dessa imagem do país. Park acredita que o Brasil pode crescer muito, mas tem que confiar em seu potencial e, de alguma forma, unificar os esforços, que hoje estão dispersos por interesses múltiplos. “Falta foco e determinação. O Brasil não pode continuar dando a desculpa de que tem várias realidades e, por isso, é muito mais difícil equalizar os problemas. Isso deve ser encarado como um ponto positivo e não uma fraqueza”, sintetiza.

O coreano diz, ainda, que está sob seu comando funcionários da Hyundai de 55 países diferentes. Porém, o funcionário brasileiro quando bem treinado, é o melhor. “No Brasil, temos olheiros apenas de futebol, que pinçam os talentos. Nos EUA, cotidianamente os jovens são avaliados por professores e tutores e com frequência veem seus talentos reconhecidos, ganhando projeção em cima disso. Isso tem que mudar aqui”, diz. Na opinião de Park, isso só muda com investimentos na educação. “Na Coreia, toda empresa dedica 2% do seu faturamento às escolas locais. Aqui no Brasil, as pessoas esperam que a iniciativa venha do governo. Está errado. Isso deve partir das pessoas e das próprias empresas. Diferente daqui, o crescimento da Coreia é resultado de um esforço coletivo. Então, penso que isso deve mudar para o bem do país”, finalizou.

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