Comércio

Economista traça painel do país e aponta desafios

5 de outubro de 2014

De forma muito clara, simples e didática, a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, palestrou durante a última reunião-almoço da Cacis, realizada em parceria com o Sindilojas Vale do Taquari, no dia 03 de outubro. Acostumada às salas de aula, já que também é professora, a economista mostrou, às vésperas das eleições, quais os pontos preocupantes e quais as perspectivas do cenário econômico brasileiro.

Patrícia relembrou fatos históricos relacionados à economia e enfatizou que dentro do contexto nacional, o desenho vem se fazendo ao longo de décadas. “Uma parte da história não é a história toda”, comentou. Por isso, é importante analisar o Brasil e ver que tanto as falhas, quanto os acertos têm origens no passado. Ela se deteve no cenário dos últimos anos, marcado pela distribuição de renda e geração de empregos, mas que agora é de retração. De acordo com a economista, a situação é resultado, entre outros fatores, do gerenciamento macroeconômico, redução da transparência e excessiva tolerância com a inflação. “Precisamos crescer para sermos igualmente ricos e não igualmente pobres”, frisou. O Brasil é a sétima economia do mundo, com R$ 4,8 trilhões de Produto Interno Bruto (PIB). Quando esse montante é dividido entre a numerosa população, o país passa para 62º no ranking do PIB per capita (R$ 24 mil ao ano).

A educação também deve ser prioridade. Patrícia compartilhou informação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013 que aponta que o brasileiro tem, em média, 7,6 anos de estudo. “Como a gente quer ter competitividade?”, aludiu. No rol das necessidades estão também a burocracia, a instabilidade de regras e a complexidade tributária. São 4,6 milhões de normas editadas entre 1988 e 2012, mostrou a economista. “Simplificar a legislação é outro desafio e já será uma grande coisa”, comentou. Fazer políticas de controle da inflação e recuperar a trajetória de queda da taxa de juros, por meio da fiscalização dos gastos públicos, completaram a lista.

Patrícia afirmou que haverá mudanças, independente de qual candidato se eleger. “A gente vai sofrer igual. Só podemos escolher como sofrer, se será mais rápido ou se vamos ficar amargurando. Porém, acredito que hoje, para nós, tempo é vital”.

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